domingo, 25 de dezembro de 2016

VIDA NO ESPAÇO – CONSTATAÇÕES "Moléculas de oxigênio foram detectadas no espaço", conforme transmitiu a Agência Fapesp: Com ajuda do Observatório Espacial Herschel, cientistas identificaram pela primeira vez a presença de oxigênio molecular fora da Terra. Cientistas usando o referido instituto, da Agência Espacial Europeia (ESA), confirmaram a descoberta de moléculas de oxigênio no espaço. As moléculas foram identificadas no complexo formador de estrelas da constelação de Órion. Diz ainda a Agência que: átomos individuais de oxigênio no espaço são comuns, especialmente em torno de estrelas de grande massa. Mas moléculas de oxigênio que compõem cerca de 20% do ar que é respirado na Terra, até agora não haviam sido descobertas fora do planeta.30 Fontes do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, atentam para o fato de que o gás oxigênio, tendo seu descobrimento ocorrido há quase 250 anos, recentemente teve sua existência confirmada no cosmos. Sugere-se também o entendimento de que o espaço existente no intervalo entre estrelas, planetas e outros astros, não se traduza em vácuo absoluto, mas integrado por poeira cósmica e gases, impregnados dos mais diversos elementos químicos e orgânicos, onde desde bilhões de anos a evolução vem tendo andamento, desenvolvendo-se formações de elementos nitrogenados geradores de compostos essenciais, como os ácidos nucleicos e ainda o material genético e as porfirinas, indispensáveis à formação da clorofila e à vida como a conhecemos. Franklin David Rumjanek, do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ: “[...] a poeira estelar é o berçário não só das estrelas, mas da própria vida.” Acredita-se que o elemento oxigênio encontre-se impregnado na camada de gelo encontrada na cobertura dos pequenos grânulos de pó. Dizem os cientistas que o que deu origem ao oxigênio foi o aquecimento das partículas geladas ocasionado pelo calor de uma estrela, o que veio a resultar no derretimento do gelo e liberação do oxigênio. Paul Goldsmith, chefe da colaboração norte-americana à missão no Laboratório de Propulsão a Jato: A análise espectral feita pelo grupo não identificou grandes quantidades de oxigênio, mas os pesquisadores estimam que a forma molecular deva ser abundante no espaço — ainda que escondida em grãos de poeira gelados — como os que foram avaliados no estudo.31 Perscrutando o espaço descobriram-se conjuntos de substâncias orgânicas com o auxílio da análise de seus espectros eletromagnéticos por infravermelho: metano, metanol, formaldeído, cianoacetilene (precursor da pirimidina – citosina), hidrocarbonetos, dióxido de carbono, monóxido de carbono, amônia, sulfeto de hidrogênio e cianeto de hidrogênio, todas substâncias essenciais e providenciais à vida, presentes no espaço interestelar, de onde vieram para dar início à vida na Terra, com inabalável convicção. Hidrogênio, hélio, carbono, oxigênio, nitrogênio e mais alguns elementos complementam moléculas orgânicas complexas. O HCOOH (ácido fórmico) e H2CHN (metanimina) localizados no espaço, quando combinados, vêm a formar a glicina [NH2CH2COOH], aminoácido indispensável, cuja presença, com outros, forma as proteínas, foram também localizados no espaço. O conjunto dos elementos necessários e imprescindíveis ao surgimento da matéria viva certamente encontra-se espalhado pelo espaço interestelar, de onde aportou à Terra. Informa ainda a NASA que o nitrogênio, elemento químico fundamental para todos os organismos terrestres, pode ter origem no espaço. Pronunciando-se em um congresso em San Diego, Califórnia, EUA, o astrobiólogo Chandra Wickramasinghe observou que em análises levadas a efeito em amostras de ar coletadas por intermédio de balões a uma altitude de 41 quilômetros, na estratosfera, chegou-se a resultados animadores quanto ao encontro de vida microscópica. Os experimentos foram realizados através da Organização de Pesquisas Espaciais Indiana (ISRO), realizadas muito acima do limite de 16 quilômetros para alcance do ar e outros elementos, que não atingiriam aquela altitude.32 Significa, por alto, que a vida microscópica ali encontrada não teria origem na Terra. Esta experiência foi coordenada pelo astrofísico Jayant Narlikar, indiano, diretor e fundador do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Pune, na Índia, em 2001. A experiência foi realizada com a utilização de um balão de ar quente equipado com 16 cilindros descontaminados que foram preenchidos com amostras de ar, em altitudes de 25 a 41 km de altura. Em terra as amostras foram encaminhadas para laboratórios das cidades de Cardiff e Sheffield, na Inglaterra. Nas amostras recolhidas a 41 km constatou-se a presença de células vivas.33 Baseados em dados obtidos junto à NASA podemos fazer uma cronologia do encontro de vida no espaço, numa crescente apreciação: — agosto de 1996 – a NASA anuncia evidências do encontro de microfósseis no meteorito marciano ALH 84001; — outubro de 1996 – a ciência genética conclui que há genes com mais antiguidade do que aparentam os registros fósseis. A descoberta teve sua veracidade confirmada por estudos posteriores; — julho de 1997 – novas evidências de microfósseis em meteorito foram anunciadas pela NASA. Alegou-se desconhecer a identidade do planeta de onde se originou; — março de 1998 – os fósseis encontrados no meteorito ALH 84001 através da microscopia eletrônica tiveram o reconhecimento homologado por microbiologistas russos; — setembro de 1998 – A NASA muda de forma radical seus conceitos sobre a origem da vida estar no espaço; — janeiro de 1999 – a NASA reconhece oficialmente a hipótese de que a vida na Terra veio do espaço; — abril de 2000 – anuncia-se a constatação de macromoléculas no espaço, através do espectrômetro de massa da missão Stardust da NASA. Moléculas de tais dimensões ainda não eram conhecidas; — outubro de 2000 – bactérias com cerca de 250 milhões de anos foram revividas por cientistas, demonstrando que podem ser imortais; — agosto de 2004 – fotos das cianobactérias localizadas no meteorito ALH 84001, de procedência marciana, foram apresentadas pela NASA.34 A notícia do possível encontro de fósseis de bactérias em meteorito teve grande repercussão, chegando até o então Presidente norte-americano Bill Clinton, que declarou em célebre pronunciamento: Hoje a pedra 84001 nos fala de um passo de bilhões de anos e de uma distância de milhões de quilômetros. Nos fala da possibilidade de vida. Se essa descoberta for confirmada, será uma das maiores na história da ciência. Suas implicações serão profundas e inspirarão ainda mais reverência pelo universo em que vivemos. Ao prometer respostas para algumas das questões mais antigas da humanidade levanta outras ainda mais fundamentais. Advirta-se que a evidência desta descoberta ainda não se confirmou.35 Há outras teorias que defendem o surgimento da vida na Terra há aproximadamente 4,8 a 3,8 bilhões de anos. Foi também nessa época que a Terra viu-se constantemente bombardeada por meteoritos. Daí podem ter vindo bactérias extraterrestres, que, por sua resistência, sobreviveram às inóspitas condições climáticas deste planeta. Não há dúvida de que todos os elementos para a formação vital encontram-se no espaço. O surgimento da vida na Terra primitiva, provavelmente por volta de 3,5 bilhões de anos em diante, e que se deu concomitantemente à época de intenso bombardeio meteórico e cometário, deve creditar-se aos micro-organismos extraterrestres que viajaram no interior de astros celestes. Embasados nesse raciocínio restam poucas dúvidas para os cientistas com respeito aos elementos a serem utilizados para uma conclusão. James Gardner, jornalista e pesquisador, autor do livro O Universo Inteligente, defende uma teoria que denomina Biocosmos Egoísta, cuja explicação ressalta: a essência da hipótese do biocosmos egoísta é que o universo que habitamos encontra-se em processo de ficar impregnado de vida cada vez mais inteligente – mas não necessariamente vida humana ou sua sucessora. Nessa teoria, a emergência da vida e da inteligência cada vez mais competente não é um acidente sem significado num cosmo hostil, em grande parte isento de vida, mas está no próprio âmago da vasta maquinaria dinâmica, da evolução cosmológica e da replicação cósmica.36 No rastro da vida alienígena vejamos a exortação de Richard Dawkins: [...] A única coisa que sabemos com certeza é que a vida surgiu uma vez, aqui neste planeta. Mas não temos a mínima ideia quanto à existência de vida em outras partes do universo. É totalmente possível que não haja. Já houve quem calculasse que tem de haver vida em outras partes [...] Existem provavelmente no mínimo 1020 planetas (ou seja, 100 bilhões de bilhões) mais ou menos apropriados no universo. Sabemos que a vida surgiu na Terra, portanto ela não pode ser assim tão improvável. É quase inescapável que pelo menos entre alguns desses bilhões de bilhões de outros planetas exista vida.

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